quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A aguia e a galinha


Uma metáfora da condição humana
Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para 
mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Coloco-o no galinheiro 
junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia 
fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu 
em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o 
naturalista:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como galinha. 
Ela não é mas uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das 
asas de quase três metros de extensão. 
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração 
de águia. Este coração a fará um dia voar ás alturas. - Não, não – insistiu o 
camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma 
prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - já que 
você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra 
suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava 
distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para 
junto delas. O camponês comentou: 
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! 
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. 
E uma águia será sempre uma águia. 
Vamos  e pulou para 
junto delas. O camponês comentou: 
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! 
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. 
E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã. 
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe: 
- Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe! 
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para 
junto delas. 
O camponês sorriu e voltou à carga: 
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha! 
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um 
coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã a farei voar. 
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a 
águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma 
montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a 
águia para o alto e ordenou-lhe: 
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra 
suas asas e voe!  A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. 
Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus 
olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das 
águias e ergue-se, soberana, sobre se mesma. E começou a voar, a voar para o alto, A voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do 
firmamento... 
  
- Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de 
Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós 
ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, 
companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos . Voemos como as 
águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

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